O roadshow do Governo de São Paulo na Europa para apresentar o portfólio de R$ 220 bilhões em parcerias, concessões e desestatizações mobilizou as principais empresas do setor privado interessadas em investir nos ativos do estado. Durante cinco dias, a comitiva liderada pelo governador Tarcísio de Freitas teve 13 reuniões na Espanha, Itália e França com executivos de empresas de construção e operação de infraestrutura, energia, concessões e saneamento, além de fundos globais de investimento.
“O sucesso do Programa de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo está ligado ao diálogo de alto nível que promovemos entre o poder público e o capital privado. Isso viabiliza alianças entre operadores de infraestrutura, grupos construtores e fundos de investimento que financiam os grandes projetos”, afirmou Tarcísio.
“Dentro de um programa que é bastante ambicioso, temos certeza de que os projetos colocados para o mercado vão gerar investimentos, oportunidades, empregos e desenvolvimento, que é o que a gente quer”, acrescentou.
O governador comandou esta que é a primeira missão internacional do Governo de São Paulo em 2024. Entre segunda e sexta-feira, a gestão estadual participou de reuniões com lideranças de empresas globais nas cidades de Madri, Milão e Paris para detalhamento do PPI-SP (Programa de Parceria em Investimentos de São Paulo).
Além de Tarcísio, o roadshow reuniu os secretários estaduais Rafael Benini (Parcerias em Investimentos), Jorge Lima (Desenvolvimento Econômico) e Lais Vita (Comunicação) e o presidente da InvestSP – agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico –, Rui Gomes.
As reuniões na Europa também viabilizaram avanços em projetos estratégicos de rodovias e mobilidade urbana, incluindo uma parceria para início da elaboração do projeto executivo da terceira pista da rodovia dos Imigrantes, por meio da concessionária Ecorodovias. A gestão paulista também despertou o interesse de operadores ferroviários europeus nos planos de expansão de metrô e trens na Grande São Paulo e no Trem Intercidades São Paulo-Campinas.
No último dia da agenda em Paris, Tarcísio se reuniu com diretores do Stoa, fundo de investimento europeu especializado em projetos de grande escala nas áreas de infraestrutura e energia, com prioridade para atuação em países emergentes. Em São Paulo, o Stoa já atua como um dos investidores da construção da Linha 6-Laranja de metrô.
Durante o encontro, foi tratada a ampliação da participação do fundo de investimentos nas parcerias em São Paulo, desde projetos que vão exigir grandes aportes imediatos de capital, como o túnel imerso Santos-Guarujá, até parcerias voltadas para a construção, reforma e zeladoria de escolas estaduais e projetos de habitação de interesse social.
A última reunião do roadshow foi com diretores da Transdev, empresa internacional que opera no setor de transporte público em 19 países. O grupo oferece soluções de mobilidade em vários sistemas, como ônibus, BRT (Bus Rapid Transit), trólebus, trens leves, trens urbanos, metrô, transporte marítimo e fluvial, teleférico e compartilhamento de bicicletas. Entre as possibilidades de parceria, estão a expansão de linhas da CPTM e futuros ramais do Trem Intercidades.
“Temos todo o interesse em trazer novos operadores ferroviários. A gente quer expandir as linhas da CPTM e do Metrô e precisamos de mais operadores de ferrovias. No ano que vem, pretendemos licitar o trem Sorocaba-São Paulo, que vai ser o segundo Trem Intercidades, o primeiro será leiloado em 29 de fevereiro, de Campinas a São Paulo. A ideia é mobilizar operadores da Europa e levá-los para o Brasil para que possam ajudar nesta expansão de trens metropolitanos e metrô”, resumiu Tarcísio.
Oportunidades de R$ 220 bilhões
O Governo de São Paulo tem previsão para 13 projetos em leilões ao longo de 2024. Entre eles, estão o Trem Intercidades Eixo Norte, que vai ligar a cidade de São Paulo a Campinas, e concessões e parcerias de infraestrutura rodoviária e ferroviária, além das desestatizações da Sabesp e da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae).
A carteira de projetos de concessões, desestatizações e parcerias da atual gestão estadual é estimada em mais de R$ 220 bilhões em capital privado, com 20 projetos qualificados e a previsão de 44 leilões até o final de 2026.
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