Dentre as inseguranças de quem utiliza lentes de contato, acostumar-se e aprender sobre a melhor forma de uso é uma das principais. É nesse cenário que surge a proposta dos centros de adaptação de lentes de contato das clínicas e hospitais oftalmológicos, locais especialmente voltados tanto para quem deseja corrigir problemas visuais, como miopia e astigmatismo, sem os óculos de grau, quanto para aqueles que já utilizam lentes de contato, mas enfrentam dificuldades de adaptação, mesmo após diversas tentativas. Assim, os centros de adaptação oferecem uma abordagem personalizada para auxiliar esses usuários a encontrarem conforto e praticidade no uso das lentes, além de possibilitar a alternância segura entre lentes e óculos de grau.
No entanto, diferentemente dos óculos de grau, que não exigem muitos cuidados para serem utilizados, as lentes de contato demandam boas práticas para preservar a saúde ocular. Dados da Revista Brasileira de Oftalmologia apontam um crescimento de 435% nas infecções relacionadas ao uso inadequado de lentes, destacando a relevância dos cuidados para usuários.
As complicações mais comuns decorrentes do uso inadequado incluem: ceratite, dor de cabeça, diminuição da acuidade visual e hipóxia, que é a baixa oxigenação da córnea causada por lentes apertadas.
De acordo com Reginaldo Ambrozio, gerente de Lentes de Contato da Vision One, esses problemas geralmente estão associados a práticas incorretas de conservação e uso das lentes, como “não seguir as recomendações de tempo de descarte, usar soluções inadequadas para a assepsia, e a falta de higiene e má conservação do estojo”.
Nos centros de adaptação, uma equipe de contatólogas ajuda a superar desconfortos comuns, como a dificuldade de inserir e retirar as lentes ou a sensação de que elas não se ajustam bem aos olhos, pontua Reginaldo.
Nas unidades clínicas e hospitais de olhos da Vision One, Reginaldo explica que o processo envolve diferentes etapas, começando sempre pela consulta com o médico oftalmologista para diagnóstico – miopia, astigmatismo, hipermetropia, presbiopia, ou condições como ceratocone – e possibilidades da correção com lentes de contato.
Após a consulta, o paciente passa por uma breve anamnese, na qual a contatóloga e a equipe técnica realizam testes para que o paciente experimente as lentes em seus olhos. “O paciente tem a chance de sentir o conforto e a praticidade, além de ser orientado sobre o uso correto das lentes de contato”, explica.
Em seguida, o paciente passa por uma nova consulta para que o médico oftalmologista possa validar a adaptação, e a contatóloga realiza mais um treinamento, reforçando os cuidados necessários, manuseio adequado e os riscos de não seguir as orientações.
Vale pontuar que os centros de adaptação não eliminam totalmente os riscos de complicações relacionadas ao uso de lentes de contato. No entanto, seu papel em educar e orientar os usuários é inestimável para aqueles que buscam utilizar as lentes com mais segurança e tranquilidade. Afinal, ao entender os cuidados necessários e adotar práticas responsáveis, o usuário de lentes de contato ganha mais do que conveniência: ele investe na saúde dos próprios olhos.
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