A Boca Maldita, local tradicional do Centro de Curitiba, foi o palco do encerramento da semana de comemorações dos 112 anos do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR). Quem esteve no local na manhã desta sexta-feira (11) pôde acompanhar uma simulação de resgate em altura, realizada com o apoio da plataforma móvel da Corporação – equipamento que tem capacidade para subir até 54 metros.
Um detalhe que chamou muito a atenção dos curiosos durante a apresentação técnica foi a vítima retirada do edifício pela janela. Esse papel teve como protagonista a cachorrinha Megan, border collie do Canil Central do Corpo de Bombeiros, sediado no Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST). Ela compartilhou os holofotes com o cabo Rodrigo de Oliveira Santos, seu tutor, responsável por subir com a plataforma até o 14º andar (cerca de 35 metros) e executar a descida de ambos com o uso de cordas, por meio de rapel.
No dia a dia da Corporação, eles trabalham como um “binômio”, que são as duplas formadas entre o cão de busca e seu condutor.
A atividade, que seguiu mesmo com garoa, se deu em conjunto entre o GOST, equipe especializada da Corporação, e o 1º Grupamento de Bombeiros, que atende a capital paranaense. Uma missão com dois objetivos – técnico e de relacionamento com a sociedade – como explica o capitão Eduardo Hunzicker, do GOST.
“A instituição precisa de equipes sempre especializadas”, destacou, reforçando que essa simulação serve para que a equipe aplique os conhecimentos obtidos nos treinamentos. “Além disso, permite à população uma proximidade maior conosco, saber como trabalhamos, poder tirar uma foto, ver os nossos cachorros, nossas viaturas”, acrescentou.
Logo após a descida bem-sucedida, enquanto Megan tirava fotos e recebia o carinho do público, o cabo Santos se disse lisonjeado por ter sido o escolhido para a missão e falou sobre a atividade realizada. “Foi uma demonstração comemorativa, um rapel com cão, que muita gente nem sabe que é possível”, contou. Ele revelou, por exemplo, que operações em locais mais elevados, de difícil acesso, descer o cão de uma aeronave pode ser a melhor opção. Para isso, o treinamento com os animais é gradativo, para que estejam preparados para maiores alturas, quando necessário.
A população viu como funciona a plataforma móvel, equipamento que exige muita perícia para garantir toda segurança e assertividade na movimentação da escada. Foi demonstrada também a dificuldade do rapel e de todo cenário que é preciso para o resgate. “São muitos detalhes. É muito cuidado com a segurança, sincronia de toda a equipe. Era uma aqui de baixo e outra lá de cima. Tudo tem que estar sincronizado para sair perfeito assim”, afirmou o cabo Santos.
A ação de emergência simulada, com direito a sirene, pegou alguns dos transeuntes desavisados. Foi o caso da dona de casa Queila Mota, de 39 anos. “A gente chegou e não sabia o que estava acontecendo. Aí vimos que era um cachorro e, eu que amo cachorro, fiquei apreensiva, pensando ‘será que vai dar certo?’ Até que entendemos o que estava acontecendo. Muito legal”, contou.
Já para a pedagoga Maira Gaspar, de 44 anos, a atividade foi uma ótima oportunidade de ver de perto o trabalho dos bombeiros. “Foi emocionante. Vemos o quanto o Corpo de Bombeiros cuida e se preocupa em zelar pelas vidas humanas. Isso é muito lindo”, disse.
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