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Brasil terá 41% da população com obesidade até 2035

No mês do dia mundial da obesidade, projeções para o futuro surpreendem: o impacto financeiro do sobrepeso no Brasil pode chegar a R$ 390 bilhões e...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Dino
27/03/2023 às 22h50
Brasil terá 41% da população com obesidade até 2035
World Obesity Federation

A obesidade está em pauta e por uma razão que não agrada ao Brasil nem à maioria dos países. O recém lançado Atlas Mundial da Obesidade 2023 aponta crescimento exponencial da incidência de obesidade global. Somente entre os brasileiros, 41% da população adulta conviverá com a condição em 2035. Se a condição cresce anualmente entre os adultos (2,8%), durante a infância a aceleração está ainda mais intensa. De acordo com a Federação Mundial de Obesidade, o crescimento anual, até 2035, da obesidade infantil no Brasil é de 4,4%, o que é classificado como nível de alerta muito alto, e muito acima da taxa de aumento da obesidade em crianças em nosso vizinho Argentina ou nos Estados Unidos da América (2,4%, em ambos os casos) .

Atualmente 22,4% da população adulta brasileira apresenta obesidade. Nas crianças, já são 6,4 milhões com sobrepeso e 3,1 milhões obesidade no país. Essa alta prevalência acarreta diversas outras complicações e doenças.

Segundo o Dr. João Salles, Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a obesidade é uma doença crônica e, por isso, precisa ser tratada. Ao mesmo tempo, alerta que ela é um dos principais fatores de risco para diferentes tipos de câncer, diabetes, doença cardiovascular e hipertensão. “Não podemos esperar que todas as pessoas com sobrepeso ou obesidade respondam bem apenas a estratégias de reeducação alimentar e atividade física, que são componentes fundamentais, mas nem sempre suficientes para o tratamento da obesidade”, explica o especialista.

O Dr. Guilherme Nafalski, Coordenador do Painel Brasileiro da Obesidade, destaca que, para enfrentarmos esse cenário, é necessário uma adequação das linhas de cuidado da obesidade.  Corroborando a esse panorama, a Dra. Andrea Pereira, Co-fundadora do Instituto Obesidade Brasil, afirma que todas as pessoas que procuram serviços de saúde devem passar por avaliação antropométrica, feita por profissionais qualificados, para levantamento de dados que permitirão a elaboração de políticas públicas para prevenção, tratamento e acompanhamento dos casos de obesidade e sobrepeso.

O impacto financeiro dessa epidemia de obesidade também não pode ser desconsiderado. Ainda com informações do Atlas Mundial da Obesidade 2023, o sobrepeso consumirá 3% do PIB nacional em 2035. Isso incluirá custos ao sistema de saúde que passarão de 64,3 bilhões de reais em 2020, para aproximadamente 100 bilhões em 2035. “São valores que poderiam ser economizados se o tratamento medicamentoso fosse fornecido pelo Sistema Único de Saúde, com consequente diminuição das filas de espera para cirurgias bariátricas”, ressalta o Dr. Salles.

De acordo com o Dr. Mark Barone, Coordenador Geral do FórumDCNTs, “apesar dos dados alarmantes de prevalência e incidência de obesidade, no próprio Atlas aparece que o Brasil está razoavelmente bem preparado para enfrentar essa epidemia”. E complementa que, “como FórumDCNTs, temos promovido debates e encontros com os principais especialistas dos diferentes setores para identificar prioridades e promover ações efetivas. Entre elas, estamos acompanhando agora a reinstalação da Frente Parlamentar Mista do Diabetes, que também foca em prevenção de obesidade desde a infância através de alimentação saudável e atividade física nas escolas, e a proposta de tributação diferencial para produtos nocivos à saúde e alimentos saudáveis, dentro da reforma tributária”.

Fonte: ForumDCNTs.org

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